"Comércio bom é uma via de mão dupla", afirmou o chefe de Estado brasileiro, em conferência de imprensa, no Palácio do Planalto, em Brasília, ao lado do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, que realiza uma viagem de dois dias ao país.

Nesse sentido, Lula da Silva pediu mais investimento japonês no Brasil e recordou que nos últimos anos as trocas comerciais entre os dois países caíram cerca de sete mil milhões de dólares, fixando-se agora em 11 mil milhões de dólares.

O chefe de Estado brasileiro destacou a qualidade e o bom preço da carne brasileira e manifestou a esperança de que, após a visita ao Brasil, o maior produtor mundial de carne bovina, Kishida autorize as importações, até agora bloqueadas pelas restrições sanitárias japonesas.

"A nossa carne é de qualidade e mais barata do que a que vocês compram", disse Lula da Silva.

De acordo com a imprensa brasileira, o Japão importa 70% da carne bovina consumida no país e, desse montante, cerca de 80% é proveniente dos Estados Unidos e da Austrália.

Kishida não abordou a questão da carne, mas disse que queria levar a cooperação económica bilateral "para o próximo nível" e afirmou que o seu Governo iria estudar formas de reforçar as relações com o bloco comercial do Mercosul.

A delegação nipónica conta com a presença de 150 empresários e funcionários japoneses.

Os dois líderes assinaram cerca de 36 acordos de cooperação nas áreas de segurança cibernética, ciência e tecnologia, agricultura e ambiente.

Kishida deve viajar ainda hoje para o Paraguai e, no sábado, o primeiro-ministro japonês volta ao Brasil para uma série de encontros com empresários e descendentes de japoneses em São Paulo.

O Brasil tem a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão, estimada em mais de dois milhões de pessoas, e o país asiático abriga o quinto maior grupo de brasileiros no exterior, cerca de 211 mil.

MIM // MLL

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